Pais de crianças com autismo usam aplicativos em
tablets para estimular a comunicação
ELIANE TRINDADE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O tablet é uma espécie de melhor amigo e babá de Pedro, 9. O iPad se
converteu também em uma janela de comunicação entre ele e o irmão caçula, Luiz,
7.
Os dois têm autismo, transtorno de desenvolvimento que se manifesta pela
dificuldade de comunicação e de interação social.
Logo ao acordar, Pedro aciona um aplicativo, o First Then, indicado por um terapeuta americano, que o ajuda a organizar a rotina.
Logo ao acordar, Pedro aciona um aplicativo, o First Then, indicado por um terapeuta americano, que o ajuda a organizar a rotina.
As imagens vão se sucedendo a um simples toque: ir ao banheiro, escovar
os dentes, tirar o pijama.
"O iPad ajuda o Pedro, que tem um grau mais severo de autismo, a
não se perder entre uma atividade e outra. Antes ele colocava a camiseta, mas
se distraía", diz a mãe dos garotos, a relações públicas Marie Dorion, 39.
Agora, antes de ir para a escola, Pedro aciona o aplicativo e vai
ticando as atividades, como amarrar o tênis. "Não esquece mais a
mochila", diz Marie.
A família, que mora em um condomínio em Jundiaí (interior de SP),
encontrou no tablet um aliado tanto nas tarefas corriqueiras quanto na hora de
brincar. "Eles contam piadas um pro outro e se divertem", conta a
mãe.
A jornalista Silvia Ruiz, 42, também aposta no auxílio da tecnologia
para facilitar a vida escolar do filho Tom, 3. Com o iTouch, o garoto indica
quando quer ir ao banheiro, por exemplo. "Tom voltou a falar graças ao uso
do tablet como reforçador da terapia."
Como o filho tinha interesses muito restritos e não ligava para
brinquedos, os pais e a terapeuta passaram a usar o tablet para incentivá-lo a
fazer as tarefas e a falar. "A gente diz: 'Você vai fazer esse
quebra-cabeça e depois pode brincar no iPad'." Tem funcionado.
WORKSHOP
Autor do livro "Autismo, Não Espere, Aja Logo" (Ed. M.Books,
136 págs. R$ 42), Paiva Júnior é outro entusiasta do tablet. Pai de Giovani, 5,
ele usa o aplicativo Desenhe e Aprenda a Escrever, que custa US$ 2,99, para
ajudar o filho na coordenação motora para a escrita fina.
"É um aplicativo que faz a criança escrever as letras de uma forma
lúdica, comandando um bichinho que come bolos", explica.
Outro programa que tem dado resultado é o Toca Store. "É um brinquedo virtual que facilita o ensino de como funciona o uso do dinheiro."
Outro programa que tem dado resultado é o Toca Store. "É um brinquedo virtual que facilita o ensino de como funciona o uso do dinheiro."
Editoria de Arte/Folhapress
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